As mudanças climáticas previstas para as próximas décadas podem afetar a produção de energia no Brasil. Um estudo do Instituto de Pós-graduação e Pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ) divulgado nesta segunda-feira mostra que o montante de energia média gerada pelas hidrelétricas nacionais poderá cair entre 1% e 2,2 % até 2100.

A geração deve cair devido à redução do volume de chuvas. As hidrelétricas da bacia do São Francisco devem ser as mais atingidas, com perspectiva de queda na produção de energia de até 7,7%.

O estudo, encomendado pelo Reino Unido através do Global Opportunity Fund, faz parte de um projeto que usa cenários de mudanças climáticas para prever a vulnerabilidade e a adaptação do Brasil e da América do Sul. Uma das soluções apontadas pelos pesquisadores é o uso do bagaço de cana-de-açúcar como fonte de energia. Já a energia eólica deve ficar restrita ao litoral.

As previsões são para o período de 2071 a 2100 e servem como indicação de uma tendência. O estudo também leva em consideração as projeções do Plano Nacional de Energia 2030, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Por isso, os pesquisadores acreditam que ele sirva também para repensar os investimentos previstos no setor.