André Ramiro, um dos PMs de "Tropa de Elite" e ex-morador da Vila Kennedy, no Rio de Janeiro, deu um entrevista a coluna de Mônica Bergamo, no jornal "Folha de São Paulo". Na conversa, o ator, que era porteiro no cinema de um shopping, falou sobre a pirataria do longa.
"Cinema é caro e quem mora na favela não tem grana. O engraçado é que quem tem grana apresenta carteirinha de meia entrada. Não posso dizer que [comprar DVD pirata] seja justo. Pessoas trabalharam no filme e esperam um retorno [financeiro]. Por outro lado, tem muita diferença pagar R$ 5 no DVD e R$ 18 no ingresso de cinema", disse o ator à coluna.
Apesar da ressalva, ele se diz contra a comercialização ilegal do DVD nos camelôs. "As pessoas querem ver o "Tropa" porque é bom. Se eu ainda estivesse na portaria do cinema, seria um filme que gostaria de ver. Mas no piratão, nem pensar!".
"POLÍCIA ERA UMA COISA QUE EU ABOMINAVA"
André Ramiro ainda condenou a invasão policial que deixou 19 mortos no complexo do Alemão em junho. "Quem dá ordem para entrar e matar não sofre o problema na pele. O saldo não foi maravilhoso. Foi uma operação malsucedida".
A convivência com os policiais do Bope não mudou a opinião do ator de "Tropa de Elite" sobre eles: "Polícia era uma coisa que eu abominava. Continuo com a mesma opinião, mas agora conheço as pessoas".